Muitos milênios antes de Cristo, os Chineses descobriram a seda. De acordo com a tradição chinesa, a invenção da primeira seda em meadas deve-se à noiva do imperador Huang Ti, uma jovem de 14 anos de nome Hsi Ling Shi. Apreciando as borboletas na primavera, percebeu-se que delas nasciam muitos ovos. Dos ovos nasciam lagartas (conhecidas como bichos-da-seda). As lagartas construíam casulos (que levam de três a cinco dias para serem concluídos) e, dentro deles, se tornavam crisálidas e, finalmente, borboletas.
Os chineses observaram que as lagartas podiam viver, prosperar e serem criadas desde que bem alimentadas com folhas de amoreira. O fio da seda é a baba da lagarta. É com este líquido que faz a sua habitação.
Esta larva é natural da China e foi introduzida na Europa e Ásia ocidental no séc. VI d.C. e na América do Norte no séc. XVIII. Tem sido criada em contexto não natural ao longo de muitos séculos, não se conhecendo atualmente a sua existência em estado selvagem
Com seu aspecto cintilante e transparente, a seda causou o fascínio de muitos povos no Mundo Antigo. Até os dias atuais isso ocorre. Sua suavidade, ondulação e brilho conseguem extrair o máximo da expressão dos movimentos.
Graças a essa descoberta da China antiga, que acredita-se ter sido por volta do ano 3.000 aC, foi desenvolvido um largo e extenso comércio e o desenvolvimento de um mercado rico no mundo, entre a Ásia, o Oriente, Extremo Oriente e a Europa, chamado de A Rota da Seda.
A cultura de seda espalhou-se então por toda a China tornando o produto numa comodidade bastante valorizada, sobretudo, posteriormente, por outros países. Em 139 a.C., a maior rota de comércio mundial foi aberta desde a China Oriental ao Mediterrâneo, vindo posteriormente a ser designada de rota da seda e, por volta de 300 d.C. o segredo da produção de seda tinha já atingido a Índia e o Japão.
O material simbolizava saúde e riqueza, devido ao seu brilho e transparência. Por isso era muito desejado por todo o Mundo Antigo. Para se ter uma idéia, o Senado Romano, havia decretado, em vão, alguns anos antes de Cristo, vários éditos que proibiam o uso da seda como roupa por motivos econômicos e “imorais”: a importação da seda Chinesa provocava um grande fluxo de ouro para fora do Império. Visando conter esse fenômeno proibia-se que donzelas romanas ostentassem roupas “transparentes” em público.
Naquela época, que se estendeu até o ano 300 d.C., somente os Chineses detinham o conhecimento sobre o secreto processo de fabricação do material a partir da fibra branca dos casulos dos bichos da seda. Era um segredo muito bem guardado, pois garantia toda a evolução comercial do país.
Devido à estrutura triangular da fibra, parecida com um prisma, a mesma refratava a luz produzindo um brilho sem igual. A fibra natural transmite até os dias de hoje uma idéia de extrema riqueza, leveza e transparência.
A manufatura da seda acabaria por atingir a Europa e a América. Durante os séculos XVIII e XIX, os europeus produziriam diversos e significativos avanços no que concerne à produção de seda. Por volta do séc. XVIII, a Inglaterra conduzia já a Europa na manufatura de seda devido às suas inovações na indústria têxtil, que incluíam teares de tecer seda, teares mecânicos e impressão rotativa.
Os processos de tecelagem antigos permanecem muito similares aos dias atuais. Na sericultura, os casulos são mergulhados em água quente para liberar os filamentos de seda e matar a larva do bicho-da-seda. Os filamentos são combinados para formar fios, que são enrolados e finalmente secos. Cada casulo pode render de 450 a 1000 metros. Assim, são gastos aproximadamente 630 casulos para se produzir uma blusa feminina. Mas compensa, pois além do acabamento inconfundível proporcionado pelo tecido, produz incomparável ondulação e leveza de movimentos.
A produção mundial de seda duplicou durante os últimos 30 anos apesar da grande disponibilidade de fibras sintéticas. A China e o Japão têm constituído os principais produtores, manufaturando juntos anualmente mais de metade do total da produção mundial. A seda chinesa é altamente valorizada em todo o mundo. Desde 1949 que os métodos de concepção da seda têm sido modernizados, e a qualidade da seda melhorado. A produção mundial de seda em 1940 foi de 59 milhões de kg. Por volta de 1950 baixou para 19 milhões de kg e em meados de dos anos 80 subiu para os 68 milhões de kg.
Curiosidades
- A seda é boa para todos os climas, pois é má condutora de calor.
- É especialmente utilizada na área da tecelagem e da confecção manual. Também se pode misturar com outras fibras de maneira a produzirem-se tecidos resistentes que podem ser utilizados na confecção de xales, peças de vestuário, de decoração e tapeçaria.
- Para se obter uma boa quantidade de casulos existem os centros de criação de lagartas, onde elas são devidamente alimentadas.
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